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sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Aaron Swartz e o que seria "fazer algo grande na sua vida"




           Quando era pequeno, fui com meus pais a um lugar, não lembro exatamente onde ficava, em que havia um homem. Ele era consultado pela pessoas por sei lá qual motivo conseguir falar sobre a vida e o que o futuro traria para aquela pessoa. Eu tinha uns 10 ou 11 anos, não me recordo bem. Entretanto, recordo-me que ele me disse:

          - Você vai fazer algo grande na sua vida.
          Acredito que, se tivesse ido hoje em dia falar com esse tio, eu teria dado risada só da ideia. Meu ceticismo em relação ao mundo e qualquer tipo de esoterismo complicaria a dinâmica do dia. Na época, não sei se levava muito a sério, apenas achei meio vago o que havia dito. Pra mim, era como se ele tivesse falado: você vai arranjar um emprego. Ok. Valeu! Pelo menos sei que não vou morrer de fome! Ou seja, "fazer algo grande" é meio relativo, mas deixarei essa discussão para outro dia...

         Querendo ou não, essa ideia de que conseguiria fazer algo grande sempre ficou em minha mente. Talvez, exatamente por causa dessa maldita frase, que eu admiro certas pessoas. Elas podem não ser vistas como corretas em suas causas, mas, que elas fizeram algo grande, fizeram. Entre meus ídolos, Jovem Nerd e Azaghal encontram um lugar especial. Entretanto, hoje falarei de Aaron Swartz.


           Dia 27 de junho deste ano, nos Estados Unidos, o documentário dirigido por Brian Knappenberger (We are Legion) Internet's Own Boy saiu nos cinemas. Sua proposta? Contar a vida - curta - de Aaron Swartz e como ele passou de um garoto viciado por computador para um milionário que sempre quis deixar o mundo melhor. Exatamente por acreditar nisso, ele está, hoje, morto.

          Se não me engano, o documentário tem quase duas horas. No final do texto, colocarei o vídeo do Youtube, mas ele não tem legenda. 
          Durante esses 120 minutos, você verá vídeos da infância de Aaron, entrevistas com seus irmãos, pais, amigos e pessoas próximas. Pode ter um aproximação de todos os projetos em que o rapaz fora envolvido e o porquê ele queria estar lá. 

          Eu já conhecia sua história antes mesmo do documentário sair. Desde então, penso nele como um referencial. Como um ponto em que posso me apoiar para me questionar sobre o que faço da vida. Acredito que, talvez, ele possa ser algo assim, também, para você. 

          Aaron lutou, protestou e falou, falou muito sobre o que achava certo ou errado. Não digo que ele foi acusado por algo que não fez. Ele fez. Também não digo que estava dentro da lei. Não estava. Contudo, ele acreditava naquilo e isso o motivou a ir atrás do seu "correto". 



          Ele fez algo grande na vida. Além de seus grandes feito em vida, postumamente, ele me inspira e a tantos outros. inspira-nos a pensar e fazer algo que acreditamos. 
Quando eu estava na faculdade, fiz uma apresentação sobre o que pensava do conceito de herói na pós-modernidade e quais seriam os referenciais que teríamos para tal discussão. Aaron Swartz estava lá. Sempre estará.

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